Dizem que é a profissão mais difícil do mundo e é nessas situações que isto é comprovado. Domingo, 31º C, sol estalando e centenas de pais abriram mão do seu dia de descanso para levar seus filhos para assistir a Selena Gomez, sensação teen que se apresenta no Via Funchal, mas que não encontra muitos adeptos nas faixas etárias mais elevadas.
Ao mesmo tempo, no Estádio Eduardo José Farah, em Presidente Prudente, o Palmeiras enfrentava o Santos. Clássico válido pelo Campeonato Paulista. Isso, contudo, não impediu o aposentado palmeirense Antônio Carlos, 44 anos, de levar sua filha ao evento. Não que eu não goste de Selena Gomez, mas só estou aqui pelas meninas”, confessou. “Mas eu trouxe um celular e vou acompanhar o jogo por ele”, disse o pai de Juliana Carolina, 14 anos.
O esforço do pai fã de futebol não passou desabercebido. “É muito amor dele. E eu estou feliz por estar aqui”, disse Juliana Carolina, de faixa rosa de Selena Gomez na cabeça.
Cuidando de um pequeno grupo de crianças, a economista Maria Paula, 44 anos, confessa que a missão é cansativa, mas ameniza: “compensa ver a felicidade delas. Compraram camiseta, faixa. É bom vê-las assim tão felizes”. E estavam. Sua filha Sofia Mongeló e a amiga Ana Beatriz Miguel eram só alegria e saltos, na reta final da fila para entrar na casa de shows.
Ainda assim, havia quem jurasse que, se pudesse escolher um lugar para estar, escolheria estar esperando para prestigiar a namorada do também cantor Justin Bieber. “Se pudesse escolher, escolheria estar aqui. Seja um show, um concerto, cinema, teatro, temos que estimular arte e cultura nas crianças”, disse Fábio Curto, professor de 46 anos.
Cambistas “Agressivos” De faixas e bandeiras de Selena Gomez, muitos jovens chegaram ao Via Funchal sem ingressos e eram alvos fáceis para os cambistas, que aproveitavam a pouca idade e inexperiência de seus “alvos” para adicionar o elemento intimidação a sua “estratégia de venda”.
Sempre falando alto, os vendedores chegaram a empurrar três ingressos por R$ 300 a três jovens que praticamente nao tiveram a chance de negar a compra.
Na esquina da Funchal com a Senagâmbia, onde a “negociação” aconteceu, nem sinal de policiamento. As filas eram quilométricas, cerca de uma hora antes do show começar.
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